domingo, 9 de agosto de 2015

A Morte da Alma


Muito tempo sem escrever...
Uns 8 ou 9 meses, primeira vez que escrevo nesse ano!
Influenciado por um filme que assisti alguns minutos atrás no cômodo quartinho e isolado do mundo exterior, assistido, apreciado e regado a lágrimas...

"The Perks of being a Wallflower" traduzido como "As Vantagens de ser invisível" me remeteu à minha pré-adolescência...as dificuldades que tive e que algumas se remetem até hoje e refletem quem eu me tornei...

Não vou adentrar em detalhes mas explicitarei algo aqui um tanto chocante, apenas ilustrando minha subjetividade e externalizando mesmo sabendo que os mais interessados não lerão.

Eu tentei suicídio!
Tomei uma overdose de uma medicação tarja preta afim de desligar-me da minha realidade atual, infelizmente não funcionou e eu permaneço agora entre medicações anti-depressivas, psico-terapia e idas à igreja.


Fui diagnosticado com depressão e transtorno de ansiedade, e tive uma grande melhora nos últimos 6 meses, me afastei de algumas pessoas (inclusive de uma succubus), mudei minha rotina de trabalho, exercitei-me, viajei, revi pessoas, conheci novas pessoas...
Mas AGORA...digo nesse segundo, não estou bem...estou em crise, não quero ninguém pra conversar ou me apontar o que eu fiz ou deixar de fazer, eu sinto falta das pessoas mas me afasto delas, eu tenho 27 anos com o comportamento de um adolescente inseguro...

Eu choro muito quando penso na dor das famílias e amigos que perdem alguém dessa forma, e que eu não queria ser mais um conhecido das pessoas que acabou desistindo de tudo...
Mas minhas resiliência é tão baixa...minha vontade de viver é nula que ao invés de me estimular com coisas boas eu repenso o que devo fazer para acabar com isso tudo....

Tenho tantos projetos...alguns sonhos...frustrações...lembranças...bons tempos...maus tempos... como todo bom mortal...cada ser humano nessa planeta azul tem trocentas cargas emocionais e muitos nunca expressam de forma que nascem, crescem e morrem e nunca alcançam aquilo que tanto almejam, porquê comigo iria ser diferente? Eu não sou especial, ou reconhecido, ou singular...na verdade eu coleciono mais derrotas do que vitórias..."Average"...

A prova final disso tudo: Uma carta que escrevi depois da minha última tentativa...em Março...e ela permanece ainda muito presente:

"São uma da manhã, um horário um tanto familiar nos últimos meses...tenho lutado diariamente nesse horário nos últimos tempos...insônia...angústia...suicídio? Cerca de dois meses eu tive um problema...que não seria um problema para a maioria dos mortais bem resolvidos, felizes e vivendo suas vidinhas medíocres...sim, eu também sou um mortal, mas não feliz em viver...a dois meses atrás eu tentei me matar... Muitos julgam esse ato, apenas Deus pode tirar a sua vida, a vida é um dom de Deus, você tem tudo, ou pelo menos tem capacidade para ter... Eu não sinto nada disso...e em momentos como esse me questiono: Tenho realmente um bom motivo pra viver? Após o ocorrido, uma overdose de rivotril não foi suficiente para acabar comigo, ou com os meus sentimentos...infelizmente... Eu lamento pelo meus pais e família que não mereciam isso, digo referindo-se à mim: 27 anos...sem ter conquistado o que era esperado...abaixo da mediocridade...um acompanhante de tudo mas nunca precursor de algo...me desculpa pai por nunca ter ido pescar com você no pantanal, nunca me achei digno ou homem suficiente como o senhor pra acompanhá-lo. Mãe...você foi minha maior parceira na vida, não queria nunca ter te feito chorar...espero que continue sempre sendo a guerreira que me inspirou a lutar...eu lutei mãe... eu juro...mas falhei.... Orgulhoso pelo o que minha família é, envergonhado pelo o que eu sou... Amigos??? Tantos pela vida, antigos, recentes, mas todos seguirão seu curso, independentemente do meu futuro, amo todos eles, os momentos de canções, filmes, jogos, orações, sejam nas igrejas ou nos bares, vocês me doutrinaram na vida, grato sou...mas não quero mais viver... Amores??? Sinto por cada romance que tive ma vida, cada flerte vem à tona, cada sim, cada não....cada coração quebrado, seja meu, seja dela... Sonhei em casar, ter filhos...até pensei nos nomes... Mas a frieza que herdei das frustrações não contribuíram para isso...não sou egoísta, apenas não me acho merecedor disso, dói em pensar que queria ser um pai de família e me auto-desprezo por não ter a mínima condição para isso, seja emocional ou financeira... Meu peito arde em cada oração que faço, mas meus olhos marejam apenas no amanhecer quando a maior das frustrações vem a tona: estar vivo novamente... Todos os dia passo meus olhos pela bíblia sagrada, carta aos Colossenses, capítulo 2, verso 20... Nada me afeta, eu não sinto afeição, minha gratidão eterna para com que aqueles fizeram tanto por mim...médicos, professores, colegas... Quando sobrevivi fiquei extremamente sensível para alguns assuntos, principalmente para com aqueles que conseguiram lutar e conquistar algo na guerra da vida...eu não consegui... Meu espírito está abatido... novamente vou dormir pensando e tentado em tomar toda a minha medicação, dessa vez a overdose me mataria...mas não o faço...por quê? Por quê ainda não terminei de ler todos os livros que gostaria...? Eu queria que a razão fosse você...mas eu não sinto nada além de culpa...culpa por ter tido uma vida e não ter vivido..." Victor Vitório (1987 - 2015)

2 comentários:

Anônimo disse...

Isaías 41.13

♥ txs

Sandro M. Alves disse...

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